BEM-VINDOS

A língua é uma das minhas maiores paixões - seja no campo da linguística seja relativa ao paladar. Este blog está centrado na primeira opção, mas de tudo um pouco pode ser encontrado aqui: leituras deleite, dicas, tira-dúvidas, análises linguísticas e tópicos de gramática normativa, curiosidades, humor e muito mais. Está esperando o quê?! Professor Diogo Xavier

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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Marcas de Batom no Banheiro...

Texto para descontrair um pouco. Recebi por e-mail e desconheço a autoria:


Marcas de Batom no Banheiro...
Numa escola pública estava ocorrendo uma situação inusitada: meninas de
12 anos, que usavam batom, todos os dias beijavam o espelho para remover o
excesso de batom.

O diretor andava bastante aborrecido, porque o zelador tinha um
trabalho enorme para limpar o espelho ao final do dia. Mas, como sempre, na tarde
seguinte, lá estavam as mesmas marcas de batom...

Um dia o diretor juntou o bando de meninas no banheiro e explicou
pacientemente que era muito complicado limpar o  espelho com todas aquelas marcas que elas faziam. Fez uma palestra de uma hora.



No dia seguinte as marcas de batom no banheiro reapareceram...
No outro dia, o diretor juntou o bando de meninas e o zelador no
banheiro, e pediu ao zelador para demonstrar a dificuldade do trabalho. O zelador imediatamente pegou um pano, molhou no vaso sanitário e passou no
espelho.

Nunca mais apareceram marcas no espelho!

Moral da história: Há professores e há educadores... Comunicar é sempre um desafio!

Muitas vezes, precisamos usar métodos diferentes para alcançar os resultados desejados.

Prof. Diogo Xavier

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Os óculos, o óculos? O retorno!

ESTE POST JÁ FOI PUBLICADO POR MIM, EM OUTUBRO DO ANO PASSADO. ALGUMAS QUESTÕES FIZERAM-ME REAVIVÁ-LO, entre elas, o fato de meus óculos [novos] terem quebrado (assim como em um ano atrás, uma das hastes quebrou inexplicavelmente). Não excluí o post antigo porque não há motivo para tal. Pode haver algumas diferenças entre eles, mas nada de contraditório.

Na fala do dia-a-dia, mesmo a mais formal, a tendência no português do Brasil é utilizar a palavra ÓCULOS como se ela fosse singular. Ex. "Não acho meu óculos", "Preciso comprar um óculos de sol", "O óculos dela é chique!" etc. Se você fala assim, não se preocupe; a maioria dos brasileiros usa (oralmente) o termo óculos dessa forma. Claro, se você prefere usá-lo conforme a norma culta (como vou mostrar) na fala, em especial em contextos mais formais, leia as reflexões abaixo.

Bem, buscando no Dicionário Eletrônico Houaiss, encontro o seguinte significado para "óculos" (sentido semelhante ao encontrado no Miniaurélio Eletrônico: substantivo masculino plural, dispositivo usado para auxiliar, corrigir ou proteger a visão, que consiste em um par de lentes sustentadas em frente dos olhos por uma armação; lunetas. Etimologia: plural de óculo. Temos aí uma informação importante: é plural de óculo, que é cada uma das lentes que compõem os óculos.

Cito mais uma vez Houaiss, mas dessa vez para concordar com o conceito e discordar da abordagem:
Na observação sobre gramática e uso da palavra óculo, ele diz que a palavra óculos é naturalmente plural  [pluralia tantum] (só no plural é que ela representa o objeto de correção da visão do qual estou falando nesta postagem): "a palavra óculos é pluralia tantum (ver), sendo, portanto, erro a discordância de número (um óculos) que se tem vulgarizado no português coloquial do Brasil (formas corretas: uns óculos, meus óculos, um par de óculos)".

De fato, segundo a gramática padrão, os determinantes que se referirem ao substantivo "óculos" devem concordar com ele no plural. Então: "Não acho meus óculos", "Preciso comprar uns óculos de sol / um par de óculos de sol", "Os óculos dela são chiques". Usemos dessa forma nas situações de discurso que exijam o uso da linguagem formal (falada ou escrita).
 
Discordo, por outro lado, da forma pejorativa com que o dicionário se refere à língua coloquial, usando termos como erro e vulgarizado, ignorando os inúmeros avanços que as diversas vertentes da linguística trouxeram e trazem constantemente. Como eu disse no início da postagem e em algumas outras, a língua falada se constitui no próprio uso *(João Wanderley Geraldi, 1991)*, e não exige, portanto, um uso exatamente como determina a gramática padrão(GP). Mesmo em contextos formais, há construções na norma padrão que soam artificiais quando faladas. Na escrita formal, por outro lado, devemos nos adequar à GP, sendo, contudo, realistas e atentando ao fato de algumas construções serem pouco usadas "no papel" atualmente (mesóclise, por exemplo). Cabe ao falante, portanto, conhecer e usar as diversas variedades de sua riquíssima língua portuguesa de acordo com suas necessidades.
Tenho dito.

"Compre, então, uns óculos escuros [ou um óculos escuro, se preferir o contexto informal] e aproveite o feriadão!!!!"

  * "Como o trabalho linguístico é contínuo, realizado por diferentes sujeitos, em diferentes momentos históricos, em diferentes formações sociais, dentro das quais diferentes sistemas de referência se cruzam (e se digladiam), a língua que se vai constituindo mantém-se porque se modifica." (Pág. 14, Portos de Passagem, João Wanderley Geraldi, São Paulo, Martins Fontes, 1991)

Diogo Xavier

sábado, 2 de outubro de 2010

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

VOTEM NO MINHA LÍNGUA E EU

Votação do TOP BLOG. O Minha Língua e Eu está concorrendo.

A quantidade de acesso ao blog me assustou de início. Eu não esperava. Mas hoje é um incentivo para continuar postando coisas novas e interessantes, apesar da correria da vida de professor.

Fui convidado pelo Top Blog a participar desta eleição de blogs em diversas categorias. Você que frequenta o Minha Língua e Eu, tire dois minutinhos para votar.

É RÁPIDO! É SÓ COLOCAR O E-MAIL E CLICAR NA CONFIRMAÇÃO QUE CHEGARÁ EM SUA CAIXA DE ENTRADA.

Clique no banner.





Abraço a todos!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Charge - Política

Mais charge do Maurício Ricardo:














Por hoje é só!!!
Abraços!

 Diogo Xavie

Vozes Verbais - Resumo

Eu pretendo fazer um estudo aprofundado acerca das Vozes Verbais, com gramáticas mais complexas, como Moderna Gramática Brasileira, de Bechara e Gramática Houaiss da Língua Portuguesa, de José Carlos de Azeredo. Isso porque são bastante imprecisas e confusas as definições que vemos em gramáticas escolares, porém neste momento só disponho de tempo para dar uma breve explicação sobre as vozes verbais na forma tradicional, para quem quer esclarecer algumas dúvidas ou relembrar o assunto.

A gramática que utilizo para essa explicação é a de Ernani e Nicola – Gramática de Hoje, apesar de ser resumida demais nesse conteúdo – posso fazer alguns acréscimos.
Segundo os autores, VOZ VERBAL É:

"a relação existente entre o processo verbal e o sujeito desse processo."

Nesse caso, são três as vozes verbais:

  • Voz Ativa. Nesta voz verbal, o sujeito é o responsável pela ação expressa pelo verbo.
Ex.:
O menino cortou a maçã.
VERBO: CORTOU
REPONSÁVEL PELA AÇÃO DO VERBO: O MENINO (sujeito)




Nós atravessamos a rua.
VERBO: ATRAVESSAMOS
RESPONSÁVEL PELA AÇÃO DO VERBO: NÓS (sujeito)

  • Voz Passiva. Já nessa voz verbal, o sujeito da oração é receptor da ação expressa pelo verbo.
Ex.:
A maçã foi cortada pelo menino.
VERBO: FOI CORTADA (locução verbal)
RECEPTOR DA AÇÃO DO VERBO: A MAÇÃ (sujeito)
RESPONSÁVEL PELA AÇÃO DO VERBO: PELO MENINO (agente da passiva)

A rua foi atravessada por nós.
VERBO: FOI ATRAVESSADA (locução verbal)
RECEPTOR DA AÇÃO DO VERBO: A RUA (sujeito)
RESPONSÁVEL PELA AÇÃO DO VERBO: POR NÓS (agente da passiva)

A voz passiva pode se dar de duas maneiras:

-> Voz passiva analítica (VERBO DE LIGAÇÃO + VERBO TRANSITIVO DIRETO NO PARTICÍPIO)
A casa FOI DERRUBADA / A menina FOI ENCONTRADA pelos policiais / Meus tios FORAM AMEAÇADOS pelos bandidos.

-> Voz passiva sintética (VERBO TRANSITIVO DIRETO + PRONOME APASSIVADOR SE)
Derrubou-se a casa / Encontrou-se a menina / Ameaçaram-se meus tios (Sujeitos: a casa / a menina / meus tios)
Na voz passiva sintética, assim como na analítica, o verbo concorda com o sujeito.

 OBS.1: Só pode ser passado para a voz passiva o verbo que for TRANSITIVO DIRETO ou, às vezes BITRANSITIVO (DIRETO E INDIRETO). Caso ocorra a estrutura VERBO TRANSITIVO INDIRETO + SE, não confunda com voz passiva -> é voz ativa, com o SUJEITO INDETERMINADO, e nesse caso o verbo fica no singular (Precisa-se de empregados / falou-se dos professores)
OBS.2: AGENTE DA PASSIVA é o responsável pela ação do verbo e só aparece na voz passiva analítica, preposicionado (pelos policiais / pelos bandidos). Na voz passiva sintética e na voz ativa não aparece agente da passiva.
OBS.3: Na frase "O livro caiu", dizer que o livro é praticate ou responsável pela ação é meio estranho, portanto, para identificar a voz passiva, leve em consideração a ESTRUTURA (VL + PARTICÍPIO ou VTD + SE). Então, "O livro caiu" está na voz ativa, pois não está na estrutura da voz passiva. * Só para lembrar: CAIR é verbo intransitivo, portanto não vai para a voz passiva.

  • Voz Reflexiva: o SUJEITO é ao mesmo tempo executor e receptor da ação expressa pelo verbo. O verbo vem acompanhado de pronome oblíquo.
Ex.:
O menino cortou-se / Vocês estão se prejudicando / Eu me feri na queda / Tu te enganaste.


Bem, por hoje é só. Espero ter esclarecido mais que complicado.
Abraços
Prof. Diogo Xavier

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Charge - Saúde

Maurício Ricardo mostra o cidadão brasileiro cantando a música Saúde, de Rita Lee.





E agora a música Saúde.

sábado, 21 de agosto de 2010

Multirão ou Mutirão?

Não deixem de curtir nossa página lá no FACEBOOK: http://www.facebook.com/minhalínguaeeu/

Dúvida de Yrami Oliveira Gomes.

A palavra MUTIRÃO, segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss, é "qualquer mobilização de cidadãos, coletiva e gratuita, para execução de serviço que beneficie uma comunidade". A palavra multirão não consta nos dicionários.

O significado desse vocábulo é muito conhecido e utilizado na oralidade, porém por escrito essa frequência cai bastante. Daí a facilidade de confundir.

Como vimos, a grafia correta é "M U T I R Ã O". Porém, no dia-a-dia, é aceitável ouvir as duas formas.

Abraços a todos

Prof. Diogo Xavier

Vírgula

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

sábado, 19 de junho de 2010

A todos os professores e alunos - un poquito de tanta verdad

Assisti recentemente a um documentário que, além de chocar bastante, me fez refletir bastante sobre muitas e muitas coisas. O título do documentário é "Un poquito de tanta verdad", e mostra eventos ocorridos em 2006 no estado de Oaxaca, no México (leia-se oarraca) (a capital possui o mesmo nome, segundo o Wikipédia). Todo um conflito entre população e o governo de Ulises Ruiz se iniciou com uma greve dos professores por melhores condições de trabalho e salário. Daí o povo tomou rádios, que foram destruídas ou recuperadas à força pelo governo. O que mais choca é que, no século XXI, ainda ocorram tanta repressão explícita sobre o povo. Além disso, a manipulação das informações pela mídia é absurda e gritante, nos fazendo refletir sobre a nossa "digníssima" impressa. A prova é tal que pouco se soube ou sabe a respeito dos ocorridos em Oaxaca; só houve uma certa repercussão quando um jornalista americano foi morto pela polícia estadual.



Cito um artigo do Wikipédia que diz que:
Desde Maio de 2006, o povo do Estado de Oaxaca, México, vive dias de insurreição e organização popular por melhores condições sociais. Em contrapartida, também é o cenário de um estado de violência e repressão política, que já resultou em muitos feridos e mortos.

O início deste processo data de 22 de maio, durante manifestações de professores que exigiam aumentos salariais e melhores condições de ensino, entre elas uma marcha de 70 mil pessoas. Em resposta à reivindicação da categoria, o governador Ulises Ruiz Ortiz adotou a tática da repressão contra os professores. No dia 14 de junho, a polícia desempenhou uma ação contra os manifestantes que acampavam no centro da cidade de Oaxaca.

A ação policial causou indignação no povo de Oaxaca. Camponeses, indígenas e diversos outros setores da sociedade aderiram aos protestos. A partir daí, foi formada a Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca (APPO), composta inicialmente por mais de 340 organizações, e que ocupa as ruas da cidade por causas de âmbito bem mais amplo que as iniciais reivindicações dos professores. O povo tem ido às ruas, levantado barricadas para proteger-se da Polícia Federal Preventiva (PFP) e manter a ocupação popular. Manifestações têm sido realizadas com participação de centenas de milhares de pessoas. Dentre as causas, o povo exige principalmente a destituição de Ulises Ruiz do cargo de governador.
A APPO reivindica que Oaxaca seja gerida pelo próprio povo, através de assembléias populares.

Durante os ataques contra as movimentações dos povos de Oaxaca, o ativista do Centro de Mídia Independente de Nova Iorque, Bradley Roland Will, foi morto, atingido com um tiro no peito quando filmava o ataque de grupos paramilitares contra populares oaxaquenhos.

O presidente mexicano Vicente Fox e o governador Ulises Ruiz estão enviando milhares de policiais para restituir o poder estatal

Para mais informações, acessem: http://www.radiolivre.org/node/3214

Confira o documentário no Youtube (em 9 partes): http://www.youtube.com/results?search_query=un+poquito+de+tanta+verdad&aq=f

 Ou compre o documentário aqui: http://www.corrugate.org/videos/online_video_purchase

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Figuras de linguagem - comparação e metáfora

Hoje decidi falar a respeito de duas figuras de linguagem bastante simples, mas que podem causar certa confusão, ora pela semelhança ora pela sutileza de alguns de seus usos.

A priori, devemos conceituar Figura de Linguagem. Para tal, peço licença a Cegalla (Nova Minigramática da Língua Portuguesa, 2008) para citá-lo. O conceito é sucinto, por isso o coloco aqui:
"Figuras de Linguagem, também chamadas Figuras de Estilo, são recursos especiais de que se vale quem fala ou escreve, para comunicar à expressão mais força e colorido, intensidade e beleza." [Eu trocaria "comunicar à expressão" por CONFERIR À EXPRESSÃO, para tornar mais claro o enunciado]

Prosseguindo, então, vamos aos conceitos e exemplos:

  • COMPARAÇÃO: consiste na aproximação de duas ideias diferentes em uma característica comum a ambas, por meio de nexos comparativos (tal qual, tal, como, etc.). Ex.: Ele é tão alto quanto um arranha-céu. (característica comum: altura).
  •  METÁFORA: é também uma aproximação de dois elementos em uma característica comum , porém sem o uso de termos comparativos. Ex.: Ele é uma girafa. (característica comum: altura).
OBS.: Nem sempre a metáfora acontece em predicados nominais (sujeito - verbo de ligação - predicativo), como vem em exemplos na gramática (o amor é um fogo que arde sem doer).
Em outros casos, a metáfora vem na forma que conhecemos mais por linguagem conotativa, ou sentido figurado.
Ex.: Levou uma punhalada nas costas. Há aí dois elementos sendo comparados em um elemento comum, porém difíceis de serem identificados. No exemplo dado, o elemento comum é a traição ou a covardia típica de quem apunhala por trás.
OBS.2: A ocorrência da metáfora em determinada estrutura depende do contexto: 
"Em 1800, x por cento dos negros eram escravos." Levando em consideração estar  sendo usado o sentido denotativo da palavra, não há metáfora.
"Sou escravo do meu chefe." Há metáfora.
Vamos, agora, ilustrar:

Girassol – Ira

Eu tento me erguer
Às próprias custas
E caio sempre nos seus braços
Um pobre diabo é o que sou...        METÁFORA

Um girassol sem sol                         METÁFORA
Um navio sem direção                     METÁFORA
Apenas a lembrança
Do seu sermão...

Você é meu sol                                 METÁFORA
Um metro e sessenta e cinco
De sol
E quase o ano inteiro
Os dias foram noites                       
METÁFORA
Noites para mim...

Meu sorriso se foi
Minha canção também
Eu jurei por Deus
Não morrer por amor
E continuar a viver...

Como eu sou um girassol            METÁFORA (COMPARAÇÃO seria: eu sou como girassol)
Você é meu sol...(3x)
               
(...)

Sou agora
Um frágil cristal                             
METÁFORA
Um pobre diabo                             METÁFORA
Que não sabe esquecer
Que não sabe esquecer...



Desencanto - Manuel Bandeira

                         Eu faço versos como quem chora  COMPARAÇÃO
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

                      Meu verso é sangue. Volúpia ardente...  METÁFORA
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
                      - Eu faço versos como quem morre. COMPARAÇÃO

Até a próxima!!!

Diogo Xavier


tags: figuras de linguagem, metáfora, comparação, música, poesia, estilística.

Língua e Idioma



Achei muito interessante e relevante postar aqui essa tirinha de Calvin. As tirinhas de Calvin são sempre interessantes, pois mostram a inocência pueril em muitos aspectos, a praticidade que só uma criança, ainda livre de muitas convenções sociais, pode ter.
A tirinha em questão me chamou mais antenção por tratar de um conceito muito importante e que deveria ser sempre lembrado nas aulas de Língua Portuguesa: variação linguística.

Podemos fazer a análise da tirinha - da frase do último quadrinho, para ser mais específico - de duas formas: uma leva em consideração somente o seu conteúdo, outra, os conceitos de língua e variação linguística.

Em primeiro lugar, vamos ver alguns conceitos que o dicionário Eletrônico Houaiss nos traz:
Língua:
5. Rubrica: línguística
sistema de representação constituído por palavras e por regras que as combinam em frases que os indivíduos de uma comunidade lingüística usam como principal meio de comunicação e de expressão, falado ou escrito.
5.1. (sXV) Uso: sentido absoluto.
o idioma nacional
7. Rubrica: lingüística.
estilo de expressão particular a um grupo social, profissional ou cultural; linguagem

 Idioma: 
3. Uso: sentido absoluto.
para os falantes de uma língua nacional, sua própria língua; vernáculo.
A língua própria de um povo, de uma nação

De uma maneira geral, usamos mais língua para indicar o que fala um povo, uma tribo urbana, algo relativo a uma unidade cultural. Já idioma é mais usado num sentido geopolítico: o idioma do Brasil, o idioma da Holanda, etc.

Na primeira análise, podemos entender que Calvin diz que ambos - ele e sua mãe - falam o mesmo idioma - o português -; porém a ideia que os dois têm de lanche é bastante diferente. Ou seja, é uma diferença de pensamentos.

Já se analisarmos o enunciado de Calvin numa ótica linguística, podemos interpretar que tanto ele quanto a mãe têm o português como língua materna, entretanto utilizam variedades linguísticas diferentes, com o uso de palavras e expressões próprias.

NOTA DE ESCLARECIMENTO - fundo preto e letras claras

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Eis alguns dados retirados do site pretog.com:
Você sabia?

  • Para exibir uma tela inteira branca, seu computador usa cerca de 74 watts, enquanto para mostrar uma preta o consumo é de 59 watts.

  • O excesso de luminosidade produzida por um fundo totalmente branco é muito mais prejudicial aos olhos que um fundo totalmente preto.


    Além disso, no ECOPLANET.COM é possível verificar que a economia de energia chega a 20%.

    "Economizar energia é uma forma de ajudar o planeta uma vez que para geração de eletricidade incorre-se no alagamento de grandes áreas (hidrelétricas), poluição do ar com queima de combustíveis (termoelétricas), produção de lixo atômico (usinas nucleares), dentre outros problemas ambientais. Soma-se a isso o fato de que o eco4planet pode gerar menor cansaço visual ao visitante se comparado a uma página predominantemente branca."


     Em vista dos dados citados, vamos, em nossas postagem, utilizar fundo escuro sempre que possível. Pequenas ações fazem a diferença. Peço, portanto, a compreensão dos usuários para que se acostumem que essa nova forma de postagem. A vista inicialmente estranha essa mudança, mas depois torna-se benéfica a ela.


    Abraços

    Diogo Xavier

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Feito nas coxas? Origem da expressão

As primeiras telhas colocadas nos telhados das casas no Brasil eram feitas de argila e eram moldadas nas coxas dos escravos que vieram da África. Como os escravos variavam de tamanho e porte físico, as telhas ficavam todas desiguais devido aos diferentes tipos de coxas.

 Daí a expressão: fazendo nas coxas, ou seja, de qualquer jeito.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Mãefologia - dia das mães no clima da morfologia

Mãefologia

   Mãe, substantivo comum, comum entre todas as mulheres. Maria, substantivo próprio, próprio de mãe, de quem diz sim a Deus. Mãe, substantivo concreto, concreto desde a fecundação. Abstrato, no que se refere aos sentimentos: ternura, bondade, consolo. Substantivo simples, monossilábico, porém, composto, composto de muito amor.
   Maternidade, materno, maternal, derivam de mãe, palavra primitiva, da qual deriva filho ou família. No diminutivo, é para ser usada com carinho, nos momentos de aconchego: “minha mãezinha!” No aumentativo, é aquela mulher que doa sua vida por uma outra vida: “Que mãezona!”
   Mãe, como adjetivo equivale ao que há de mais belo e doce. Dos números cardinais, ela sempre representa o número dez, dez pelo seu zelo e dedicação, além disso, ocupa o primeiro lugar dos números ordinais.
   A palavra mãe sempre vem acompanhada de um pronome possessivo, seja qual for a pessoa do discurso, todo mundo tem ou quer ter uma. Então, peço licença ao pronome interrogativo e faço uma simples pergunta:
- “Quem” na natureza pode resistir a um carinho de mãe?
- “Ninguém!” Responde o pronome indefinido.
Não fazendo desfeita ao pronome de tratamento:
- “Vossa Majestade.” para aquela que de mim faz um nobre.
   A mãe sabe conjugar o verbo amar em todos os tempos, modos e vozes, porque ela pratica com eficácia a ação desse verbo, ou seja, ela pratica o amor.
   E já que ela se encaixa em quase todas as classes gramaticais, aqui fica uma oração que todas as mães gostam de ouvir:
- Eu te amo!!!!

Carla Caroliny

Publicado no Recanto das Letras em 04/05/2007
Código do texto: T474860


Eu gostaria de parabenizar a minha grande amiga Carla Caroliny, que escreveu este texto brilhante.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Que gramática estudar na escola??? Resenha

Slides que fiz sobre o livro de Maria Helena de Moura Neves:

Meio Fio - Rita Lee

Gostaria de compartilhar com vocês uma belíssima música cantada por Rita Lee.

Meio Fio

Composição: Rita Lee e Arnaldo Antunes

Onde quer que eu vá
Levo em mim o meu passado
E um tanto quanto do meu fim
Todos os instantes que vivi
Estão aqui
Os que me lembro e os que esqueci...
Carrego minha morte
E o que da sorte eu fiz
O corte e também a cicatriz


Mas sigo meu destino
num yellow submarino
Acendo a luz que me conduz
E os deuses me convidam...
Para dançar no meio fio
Entre o que tenho e o que tenho que perder
Pois se sou só
É só flutuando no vazio
Vou dando voz ao ar que receber
Pra ficar comigo
Corro salto, me equilibro
Entre minha neta e minha vó
Fico feliz, sigo adiante ante o perigo
Vejo o que me aflige virar pó
As vezes acredito em mim
As vezes não acredito
Também não sei se devo duvidar

Mas sigo meu destino
num yellow submarino
Acendo a luz que me conduz
E os deuses me convidam...
Para dançar no meio fio
Entre o que tenho e o que tenho que perder
Pois se sou só
É só flutuando no vazio
Vou dando voz ao ar que receber





domingo, 4 de abril de 2010

Feliz Páscoa

Desejo a todos uma ótima Páscoa e que seja um momento de alegrias e de renovação.

Professor Diogo Xavier

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Nem luxo nem lixo - fonema e letra

Letra e fonema - na música

Mais uma postagem do tipo "todo-mundo-sabe-mas-não-lembra". Veremos aqui uma diferença básica entre letra e fonema. Posso afirmar de antemão que ambas constituem a célula da palavra. O que é célula? Em termos biológicos, é a menor unidade viva que compõe os seres-vivos. Pois a letra e o fonema são as menores unidades constituintes da palavra.

Fonema é a menor unidade sonora que forma a palavra. Ele serve para, além de constituir a própria palavra, diferenciar uma de outra. Posso exemplificar com ditados e suas corruptelas:

* Quem não deve não teme. (quem não deve não treme)
* Quem tudo quer tudo perde.  (quem tudo quer tudo pede)

Houve uma mudança significativa de sentido entre o ditado e sua alteração, sobretudo no segundo. E tudo isso graças a um som - o acréscimo ou a retirada dos sons representados pela letra R. Outro exemplo é o da música Rosebud, de Lenine. Ele faz um jogo com as palavras "Dolores" e "dólares" (mudança de um fonema e alteração da posição da sílaba tônica) e "verbo" e "verba"(mudança de um fonema).

Letra, para ser breve, é o correspondente gráfico (escrito) do fonema. É a representação escrita dos sons que formam a palavra.

Vamos agora, ao que interessa: o título dessa música é construído pela troca de um fonema por outro ("U" e "I")




Nem Luxo, Nem Lixo

Rita Lee

Como vai você?
Assim como eu
Uma pessoa comum
Um filho de Deus
Nessa canoa furada
Remando contra a maré
Não acredito em nada
Só não duvido da fé...

E como vai você?
Assim como eu
Uma pessoa comum
Um filho de Deus
Nessa canoa furada
Remando contra a maré
Não acredito em nada
Não!
Até duvido da fé...


Não quero luxo nem lixo
Meu sonho é ser imortal
Meu amor!
Não quero luxo nem lixo
Quero saúde prá gozar no final
Luxo! Lixo!
Meu sonho é ser imortal
Meu amor!
Não quero luxo nem lixo
Quero saúde prá gozar no final...


Não quero luxo nem lixo
Meu sonho é ser imortal
Meu amor!
Não quero luxo nem lixo
Quero saúde prá gozar no final
Luxo! Lixo!
Meu sonho é ser imortal
Meu amor!
Luxo nem lixo
Quero saúde prá gozar no final...

E como vai você?

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Empréstimos Linguísticos

Samba do Approach
Compositor(es): Zeca Pagodinho E Zeca Baleiro

 (2x)
venha provar meu brunch
saiba que eu tenho approach
na hora do lunch
eu ando de ferryboat

eu tenho savoir-faire
meu temperamento é light
minha casa é hi-tech
toda hora rola um insight

já fui fã do Jethro Tull
hoje me amarro no Slash
minha vida agora é cool
meu passado é que foi trash

(2x)
venha provar meu brunch
saiba que eu tenho approach
na hora do lunch
eu ando de ferryboat

fica ligada no link
que eu vou confessar, my love
depois do décimo drink
só um bom e velho engov

eu tirei o meu green card
e fui pra Miami Beach
posso não ser pop star
mas já sou um noveau rich

(2x)
venha provar meu brunch
saiba que eu tenho approach
na hora do lunch
eu ando de ferryboat

eu tenho sex-appeal
saca só meu background
veloz como Damon Hill
tenaz como Fittipaldi

não dispenso um happy end
quero jogar no dream team
de dia um macho man
e de noite drag queen

(2x)
venha provar meu brunch
saiba que eu tenho approach
na hora do lunch
eu ando de ferryboat

(3x)
venha provar meu brunch
saiba que eu tenho approach
na hora do lunch
eu ando de ferryboat(venha provar...) 

 
Empréstimo linguístico é, sem dúvida, um tema muito polêmico entre os estudiosos da linguagem. A dimensão das discussões sobre esse assunto gerou até um projeto de lei que proíbe o uso dos "estrangeirismos", criado por Aldo Rebelo, do PC do B. "O projeto rege o ensino e a aprendizagem; o trabalho; as relações jurídicas; a expressão oral, escrita audiovisual e eletrônica oficial e nos eventos públicos nacionais; os meios de comunicação de massa; e a publicidade de bens, produtos e serviços." (http://www.comciencia.br/reportagens/linguagem/ling04.htm)
Eu concordo que às vezes as pessoa exageram no uso de palavras estrangeiras, como, por exemplo, fazem algumas lojas: 15% off, em vez de 15% de desconto. Se o termo para o significado que se quer expressar já existe na Língua Portuguesa, não é necessário tomar emprestado termos de outros lugares. Hotdog já foi traduzido para cachorro quente sem problemas, diferentemente de mouse, que, em termos de informática, continuou no inglês (outros casos: webcam, software, hardware, backup, upgrade, upload, download, update, enter, delete, entre outros). Creio também que eu não gostaria de escutar um ritmo chamado "pedra" da mesma forma que gosto de ouvir o bom e velho rock.
Eu não tenho dúvida de que os empréstimos linguísticos enriquecem a nossa língua. Termos como outdoor, gloss, blush, pizza, alface, algema, algodão, entre outros, se fossem vertidos para o português, soariam muito artificiais. Em alguns casos, a conversão para a ortografia portuguesa (cabaré, abajur, futebol, vôlei) não causam estranhamento, ao contrário de "xou", "xampu", entre outros.
Além do mais, utilizar algumas expressões estrangeiras pode dar um efeito estilístico interessante. Poucas mulheres não se arrepiariam ao ouvir sussurrado ao ouvido "Te quiero mucho, chica!", ou, dez anos atrás, "I love you so much". O que seria de nós se não tivéssemos o O.K.? Quem resiste dizer, ao menos uma vez na vida, "bon apetit"?
Além do mais, no dia-a-dia, muitas palavras são indispensáveis. Que mulher sobreviveria sem comidas "light"? Que tecnonerd, como eu, viveria sem suas parafernálias "hi-tec"? E que brasileiro não lamentaria se não pudesse assistir ao seu bom e velho "foot ball"?

Have a nice week!!!

    Diogo Xavier

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Olá Pessoal!!!

Peço desculpas aos que têm visitado o blog e não têm visto atualizações. É que, além de estar de mudança para outra casa, estou sem internet. Em breve resolverei esse problema e postarei a mil...
Para essa postagem não passar em branco, vai uma dica que, de certa forma, já está contida na postagem sobre as regras de acentuação, mas vale a pena reforçar.

O verbo TER, na 3ª pessoa, no presente do indicativo, recebe acento no plural. Neste caso.
Ele TEM que...
ELES TÊM que...

Para o verbo VIR, a mesma coisa:

Ela VEM cedo...
Elas VÊM cedo...

Por hoje é só.
   Abraços
        Prof. Diogo Xavier