BEM-VINDOS

A língua é uma das minhas maiores paixões - seja no campo da linguística seja relativa ao paladar. Este blog está centrado na primeira opção, mas de tudo um pouco pode ser encontrado aqui: leituras deleite, dicas, tira-dúvidas, análises linguísticas e tópicos de gramática normativa, curiosidades, humor e muito mais. Está esperando o quê?! Professor Diogo Xavier

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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Origem de provérbios e expressões

Quem nunca ouviu alguém dizer que fulano ficou "a ver navios" ou que é "santinho do pau oco"? Essas expressões não surgem do nada. Vamos descobrir a origem de algumas dessas expressões.


Bafo de onça
A onça é um animal carnívoro que se lambuza bastante na hora de comer a caça. Por esta razão,fede muito e sua presença é detectada à distância na mata. Assim, pessoas que possuem o hálito fétido passaram a ser chamadas de "bafo de onça". A expressão também faz referência ao hálito de quem está (ou esteve) alcoolizado.



Sermão do sabichão
















O SERMÃO DE NASRUDIN
(Séc. XIV - Turquia)




Certo dia, os moradores de um pequeno lugarejo quiseram pregar uma peça no Mullá Nasrudin. Na época ele já era considerado uma espécie meio indefinível de homem santo, e então, para testá-lo, resolveram convidá-lo para fazer um sermão na mesquita. Nasrudin concordou.
No dia marcado, ele subiu ao púlpito e falou:
- Ó, fiéis! Vocês sabem sobre o que eu vou falar para vocês?
- Não, não sabemos - responderam eles, em coro.
- Já que não o sabem, não poderei vos falar nada. Gente ignorante, isso é que vocês todos são. Assim não é possível começar o que quer que seja - disse o Mullá, bastante indignado com a ignorância daquela gente que o fazia perder tempo.
Para surpresa geral, Nasrudin desceu do púlpito e foi para casa.
Dias depois, um pouco envergonhados, formaram uma comissão de fiéis que seguiu até a casa de Nasrudin para, mais uma vez, convidá-lo para fazer o sermão da sexta-feira seguinte, dia da oração.
Nasrudin subiu ao púlpito e começou o sermão com a mesma pergunta da semana anterior:
Desta vez a congregação respondeu em coro:
- Sim, Mullá, sabemos.
- Neste caso - disse Nasrudin -, não existe razão para prender-vos aqui por mais tempo. Podem se retirar.
E voltou para casa.
Por fim, conseguiram persuadi-lo a fazer o sermão da sexta-feira seguinte, que começou com a mesma pergunta:
- Sabem ou não sabem?
A congregação, julgando-se preparada, respondeu:
- Alguns sabem e outros não.
- Ótimo - disse Nasrudin -, já que é assim, que aqueles que sabem transmitam o que sabem para aqueles que não sabem.
E foi para casa.

Para gostar de ler - prosa

ESPELHO NO COFRE
(Circa Séc. VIII - Japão)
De volta de uma longa peregrinação, um homem carregava sua compra mais preciosa adquirida na cidade grande: um espelho, objeto até então desconhecido para ele. Julgando reconhecer ali o rosto do pai, encantado, ele levou o espelho para sua casa.
Guardou-o num cofre no primeiro andar, sem dizer nada a sua mulher. E assim, de vez em quando, quando se sentia triste e solitário, abria o cofre para ficar contemplando "o rosto do pai".
Sua mulher observou que ele tinha um aspecto diferente, um ar engraçado,toda vez que o via descer do quarto de cima. Começou a espreitá-lo e descobriu que o marido abria o cofre e ficava longo tempo olhando para dentro dele.
Depois que o marido saiu, um dia ela abriu o cofre, e nele, espantada, viu o rosto de uma mulher. Inflamada de ciúme, investiu contra o marido e deu-se então uma grave briga de família.
O marido sustentava até o fim que era o seu pai quem estava escondido no cofre.
Por sorte, passava pela casa deles uma monja. Querendo esclarecer de vez a discussão, ela pediu que lhe mostrassem o cofre.
Depois de alguns minutos no primeiro andar, a monja comentou ainda lá de cima:
- Ora, vocês estão brigando em vão: no cofre não há homem nem mulher, só há uma monja como eu!
(adaptado)

Para gostar de ler - poesia

Aí vai um poema para ser apreciado:



A porta

Vinícius de Moraes



Eu sou feita de madeira
Madeira, matéria morta
Mas não há coisa no mundo
Mais viva do que uma porta.


Eu abro devagarinho
Pra passar o menininho
Eu abro bem com cuidado
Pra passar o namorado
Eu abro bem prazenteira
Pra passar a cozinheira
Eu abro de sopetão
Pra passar o capitão.


Só não abro pra essa gente
Que diz (a mim bem me importa . . .)
Que se uma pessoa é burra
É burra como uma porta.


Eu sou muito inteligente!


Eu fecho a frente da casa
Fecho a frente do quartel
Fecho tudo nesse mundo
Só vivo aberta no céu!

Progagandas

Sou apaixonado por propagandas e, futuramente, pretendo cursar publicidade.
Vou postar de vez em quando algumas pérolas publicitárias, em texto, em imagem ou em vídeo, sendo que parte delas é "show de bola" e parte é "sem-noção". Cabe a vocês classificá-las.
Aqui vão algumas para aquecer:
Ideias vêm com lápis e borracha - propaganda da Faber Castel



A Gramática ajuda a viver


A linguagem dirige os pensamentos para direções específicas e, de alguma forma, ela ajuda a pessoa a criar a sua realidade, potencializando ou limitando suas possibilidades. A habilidade de usar a linguagem, com precisão, é essencial para uma boa comunicação e para o sucesso. Aqui a gramática cruza com a vida.
1) Cuidado com a palavra "não". A Frase que contém "não", para ser compreendida, traz à mente o que está junto com ela. O "não" existe apenas na linguagem e não na experiência. Se pedir a uma pessoa que não pense na cor vermelha, ela pensou sem querer, apesar da negativa, por isso procure falar no positivo, naquilo que quer e não naquilo que não quer.
2) Cuidado com a conjunção adversativa "mas", que nega tudo que veio antes. Por exemplo: "O Pedro é um rapaz inteligente, esforçado, mas...". Substitua "mas" por "e", mude a construção da frase.
3) Cuidado com o verbo "tentar", que pressupõe a possibilidade de falha. Por exemplo: "Vou tentar encontrar com você amanhã às 8 h". Em outras palavras: a pessoa tem grande chance de não ir, pois vai "tentar". Evite "tentar", "farei o possível", diga sim ou não.
4) Cuidado com "não posso" ou "não consigo", que dão idéia de incapacidade pessoal. Use "não quero", "não podia" ou "não conseguia", que pressupõe que vai conseguir, que vai poder .
5) Cuidado com os verbos "devo", "tenho que" ou "preciso", que pressupõem que algo externo controla a sua vida. Em vez deles use "quero", "decido", "vou".
6) Fale dos problemas ou das descrições negativas de si mesmo, utilizando o verbo no passado. Isso libera o presente. Por exemplo: "Eu tinha dificuldade em fazer isto..."
7) Fale das mudanças desejadas para o futuro, utilizando o tempo presente. Por exemplo: em vez de dizer "Vou conseguir", diga "Estou conseguindo".
8) Substitua o "se" por "quando". Por exemplo: em vez de falar "Se eu conseguir ganhar dinheiro, vou viajar", fale "Quando eu conseguir ganhar dinheiro vou viajar".
9) Substitua "espero" por "sei". Por exemplo: em vez de falar "Eu espero aprender isso", diga "Eu sei que vou aprender isso". Esperar suscita dúvidas e enfraquece a linguagem.
10) Substitua o futuro do pretérito pelo presente. Por exemplo: Em vez de dizer "Eu gostaria de agradecer a presença de vocês", diga "Eu agradeço a presença de vocês". O verbo no presente fica mais forte e concreto. (Estas dez recomendações fazem parte de sites de consultorias de marketing e relacionamento humano. Não aparece o nome do autor. Reproduzido com adaptações.)


SAUDAÇÕES

Não sei bem para que criei este blog (¬¬), mas aqui vocês encontrarão de tudo um pouco, principalmente a respeito da Língua Portuguesa: dicas, curiosidades, desafios, entretenimento e também besteiras e inutilidades.



Colegas, alunos, amigos, anônimos, sou o Professor Diogo Xavier.
Já que aqui estão, entrem e fiquem à vontade!!!